terça-feira, 5 de janeiro de 2010

palavras gozozas

Que engano!!! O tempo todo, não sou eu quem diz de mim mesmo, quem julga o mundo, nem quem anda por entre as coisas visíveis e os homens visíveis. O tempo todo, sou eu apenas mais um personagem e, muitas vezes, a opção mais adequada, dada a praticidade da ocasião. E Ele se apresenta tão esperto e tão agradável, que chego a acreditar que Eu sou feliz! Entende porque pareço essencialmente excêntrico? É a força do teatro me impelindo à farsa e (quer saber?) ao prazer efêmero. “Mas, falto EU mesmo, e essa lacuna é tudo!” Toda casca de um fruto é apenas reprodução exterior de um sabor insólito e, por vezes (Será o meu caso?) amargo, demasiadamente amargo. Não sei de meu próprio drama, sequer do absurdo de ser ATOR. Morrerei sem pagar pelas minhas culpas, sem mostrar que a depressão humana não passa de um modo de ser no mundo. Então, renascerei em um Sistema menos Nervoso, condenado a existir, a ME tornar representável. Serei condenado a ter paciência com o tédio e com a carência, que sou EU mesmo. Talvez, ainda haja salvação. VOCÊ, talvez seja esse personagem que me falta, e talvez me entregue a mim mesmo, no palco logo ali, logo mais a noite. VOCÊ, o meu drama de existir, ABSURDAMENTE.

2 comentários:

  1. Nossa!!! É a tua, a minha cara!!! Somos tão "avulsos" e tão cheios de peculiaridades que nem o tempo nos consome... Somos mui amargos para este mundo tão insensível e cheio de arestas. Eu sou a faca, que inda cortante jaz inerte e Tu és o gume que, afiado, lança estas palavras tão QUENTES e LETAIS, cortando a vida, o próprio tempo e TUDO mais...

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