sábado, 8 de maio de 2010

À Mercê Mercedes

Só os lunáticos sabiam

Só, o cabide é tão triste

Sozinho o rádio insiste

O chip me desavisa.


A cara tinha detalhes

A cor era anilina

Meu peito cheio de talhes

A solidão me incrimina.


Cuspi no ar a saudade

O Arco-íris que lindo!

Aceito a novidade

A carta não sei se assino.


Comprar, vender

A alma...

Falar a mercê.

Mercedes casar

A alma...

Surrar-me em você.


Contorno a face do corte

A inabitável resina

Sentindo pratico esporte

Prostituo a cafetina.


Teclei o risco no muro

Comprei o afeto num sarro

Nadei no fundo futuro

Meu saco não é de barro.


Só que esta febre que queima

É peste de um outro tempo

Um tempo em que o invento

Tomava uma com a gente

E o vento naquele tempo

Era tão quente e sonoro!

No estouro de uma língua morta

Surge o meu ré-pensamento.

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