Só os lunáticos sabiam
Só, o cabide é tão triste
Sozinho o rádio insiste
O chip me desavisa.
A cara tinha detalhes
A cor era anilina
Meu peito cheio de talhes
A solidão me incrimina.
Cuspi no ar a saudade
O Arco-íris que lindo!
Aceito a novidade
A carta não sei se assino.
Comprar, vender
A alma...
Falar a mercê.
Mercedes casar
A alma...
Surrar-me em você.
Contorno a face do corte
A inabitável resina
Sentindo pratico esporte
Prostituo a cafetina.
Teclei o risco no muro
Comprei o afeto num sarro
Nadei no fundo futuro
Meu saco não é de barro.
Só que esta febre que queima
É peste de um outro tempo
Um tempo em que o invento
Tomava uma com a gente
E o vento naquele tempo
Era tão quente e sonoro!
No estouro de uma língua morta
Surge o meu ré-pensamento.
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