terça-feira, 4 de maio de 2010

Conversa Paralela

Tão triste vais te deitar?
Em pleno meio-dia? Vais rezar, eu sei. E depois sonhar-te nas nuvens. Claro! Não trabalhas? Tens Twitter. Ou o teu negócio é sempre o ócio?
Olhe, que um dia as nuvens te põem perdido. E aí não darás mais pé a nada e nem a ti mesmo.

Vi que pensas falando alto.
E pensas que nada é possível ser sentido senão de forma mística.
Mas, no entanto, não crês em Deus, não é? Tu o disse.
E crês no diabo e em vampiros e crês no inferno e na morte.
Trágica morte será a minha. Eu te disse. E a tua?

"de guarda-chuva" ela te espera,
"lúcida e fria".

E crês na possibilidade do mal e do bem como um jogo a ser bem bolado. E a ser vencido. Mas, por quem? Por ti?
É que tu também ignoras que o mal está no bem e no bem a ser feito a qualquer outro e até a ti mesmo. Ignoras que o bem é apenas um modo do mal mostrar-se menos maldoso. Ignoras também isso?

Oh! e Dizes tanto das pedrinhas cristalinas!
E esta outra pedrinha que tu me atiraste? Éééé, ela é sem cor e sem graça e sem transparência. Por isso pedra.
É uma pedrinha tão tosca, tadinha, que de pedrinha a pedrinha nunca passaria.
e nada comunicaria a esse peito seu, ainda de pedra. Mais tosco. Mas, partido.

Só que a terra e a rua conhecem as pedras melhor que a mística. e a mística, se existisse como tu infalivelmente existe, teria no bem que a pedra faz à terra e à rua o mal que as nuvens fazem aos céus e aos dias. Embaça a vista, sabe? tu sabes. São tuas estas vistas.

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