quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Em nome da Lua


Não mais o dia

E não mais reprisar

O sol nas manhãs de serão

Não mais o chão

E não mais reatar

Os laços do calçado com o pé no chão

Não mais o ar

E não mais respirar ameno o mesmo ar da terra

Não mais os pratos

E nem mesmo os copos

Não mais comer o que nunca alimenta esta fome infinita

E não mais os dias

E nem acompanhar os dias por entre os dias

As fugas por entre as fugas

As ruas por entre as ruas

E não mais a sina

Somente a paixão

Somente a paixão

Somente a paixão.

Um comentário:

  1. poeta, é aí, nesse não mais, que seu por poema conectou rizomaticamente uma perspectiva niilista, "não mais", em relação à geleia geral de nossas cotas de anos, nosso cotidiano, ele mesmo niilista, porque não se inscreve como transformação, vitalidade, mas como aceitação, passividade... enfim, seu poema articulou a impotência do niilismo, denunciando pela potência utópica, de uma utopia do agora, da paixão.
    saudações poética,
    de la mancha

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